A urgência para colocar em ação um projeto editorial focado em produções de pessoas trans, travestis e LGBTQIA+ deu origem à (elle/elu) edições y traduções, criada em Belo Horizonte em 2023 por Ravel Machado e Flecha Lemes. Os títulos, bilíngues, têm autorias de várias nacionalidades, como brasileira, porto-riquenha ou dominicana e já foram expostos em países como Colômbia, Chile e Uruguai. Uma das obras que estarão disponíveis na Faísca Festival é o fanzine Aguaceiro, de mugra itakaru, que combina vários gêneros textuais e, remetendo a um jornal trans antigo, tem como capa uma luva que se transforma em cartaz ou lambe, com um lado em português e o outro em espanhol.

O 1000contra é uma distribuidora de literatura, arte e outros materiais gráficos e informativos subversivos organizada dentro da ocupação anticapitalista, autônoma e horizontal Kasa Invisível, em Belo Horizonte. Já participou de eventos como Feira Canastra, Festival Nuh!, as Feiras do Livro Anarquista de Belo Horizonte e de São Paulo. Tem, entre as suas publicações, os zines do Grupo de Estudos Libertários da ocupação Kaza Invisível, coleções contendo obras completas, capítulos ou fragmentos dos textos estudados. O livro Casa encantada – Um retrato da luta por moradia em Belo Horizonte, de Renato Baruq, reúne entrevistas, ilustrações, fotografias e considerações de especialistas sobre a história de BH.

1Quintal, projeto formado por Mogüe e Nimbo, é para seus fundadores “um lugar livre, onde é possível existir, criar e neurodivergir sem ressalvas”. Entre suas produções estão quadrinhos, pinturas, contos e ilustrações. Antes de 1Quintal, as participações dos membros no mercado artístico aconteceram de forma independente.

Com publicações como fotolivro, livro de artista, livros ilustrados e livro-imagem, a editora A Mascote foi criada em 2019, com obras que se destacam por seus acabamentos manuais. Venceu o Prêmio Candango de Literatura, na categoria melhor projeto gráfico, com o livro Poesia é um saco, de Nicolas Behr. Participou de feiras como FLIBH, Festa do Livro da UFMG, Textura e Urucum. Em 2024, publicou o livro-imagem e objeto O belisco, de Débora Rossi Fantini, com projeto gráfico de Beatriz Mom. São 16 páginas e formato sanfona, com papel de gramatura mais alta, reunindo poemas escritos durante as andanças da autora por Belo Horizonte. Quando aberto, o livro lembra a arquitetura de um monumento. A publicação deu origem à performance homônima que você acompanha na programação da Faísca.

Memória gráfica, tipografia e impressão, produção gráfica, artes gráficas e gravura são temas da pesquisa e da prática de Ágatha Araújo, mestranda em Design pela Escola de Design (UEMG) e professora em estágio de docência do Laboratório de Tipografia (TipoLab). Ela divide sua mesa na Faísca com a quadrinista Rebeca Prado, autora de fanzines como Credo (Que delícia) – vencedor do prêmio Ângelo Agostini em 2019 – e de livros como Navio Dragão e Baleia #3, ambos lançados por financiamento coletivo e indicados ao HQMix. Rebeca lançou, em 2023, o fanzine experimental Encontros à sombra da árvore, com duas histórias em um universo de terror e folclore. As duas apresentam, em sua mesa no festival, trabalhos como zines, cartazes, gravuras e finearts, além de ilustrações originais em aquarela, nanquim, lápis e outras mídias.

Plataforma para trabalhos e experimentos editoriais coletivos, a Alecrim Edições foi criada em 2016. O projeto compreende o livro como um processo em grupo e a edição como gesto poético e criativo. Suas publicações têm tiragens reduzidas, edições artesanais e experimentais. Participou de feiras em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. Entre suas publicações está Balbúrida, com texto de Iago Passos e ilustrações de Preto Matheus, impressa em offset e serigrafia. As 72 páginas da obra reúnem 64 poemas, ou estrofes de um único poema longo, deslocando concepções clássicas de escrita literária para um lugar da conversa informal. Os desenhos de Preto Matheus seguem na mesma linha, criando uma relação texto-imagem ambivalente que amplia as camadas da publicação.

Fundada por Amir Brito Cadôr, a Andante Edições publicou títulos como Learn to Read Art, A Night Visit to the Library, Specimen Book, 50 caracteres, Uma História da Leitura e Elogio da Mão. Amir é também autor de Eu Nunca Leio, só vejo as figuras, publicado pela Lote 42, que também integra a programação da Faísca. No auditório da Funarte MG, Amir lança o livro em conversa com o artista Matheus Ferreira, responsável pelas ilustrações e pelo projeto gráfico da obra. Amir também participa da Faísca como curador da mostra Livros Experimentais: Coleção Livro de Artista da UFMG e do edital Criação de Publicações Experimentais: Livros de Artista em Xerox.

O poeta, artista e designer Arthur Moura Campos é formado em Arquitetura e Urbanismo na FAU-USP e cursou mandarim e paisagismo na China (Nanjing Normal University e Southeast University). Trabalha com literatura, sobretudo com a poesia experimental em diversas mídias. Foi contemplado com os prêmios Arte e Cultura no Metaverso (Itaú Cultural), 10º Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça (Funarte), Sala Compacta (Museu de Arte de Goiânia), Quarentena Projetada (Mídia Ninja/IMS) e 4ª edição Desvairada de Vídeopoesia (Biblioteca Mário de Andrade). É autor de RODAGIRA (2024), eucomeu (2023), Três pontos (2022), e SAÍDA (2021). Em RODAGIRA criou um poema-objeto na forma de um caleidociclo, brinquedo tridimensional composto por seis tetraedros. A obra busca expandir a noção de poema no universo gráfico, criando uma forma interativa de texto em que a obra torna-se um brinquedo e poesia de forma aberta. 

As colagens de cunho político e cultura de rua da Balaclava Colagem mesclam trabalhos digitais e analógicos. Na atividade desde 2021, seus materiais gráficos combinam frases, fotos, ilustrações, outros elementos e referências. Uma de suas publicações mais recentes, lançada em 2024, é a obra ‘MBOI PYTÃ’, que faz referência à cobra coral presente nos grafismos de cestas e outros utensílios indígenas. O projeto também apresenta colagens como ‘Medido e me acalmo’, ‘Programado pra morrer nos é’, ‘Honrar meus ancestrais’, ‘Fé nas crianças’ e ‘Luta coletiva’. 

O acervo da paulistana Banca tatuí reúne materiais de mais de 200 editoras, artistas e coletivos. Criado em 2014 e gerido pela editora Lote 42, o espaço é a primeira banca de rua inteiramente dedicada a editoras independentes. Sediada no centro de São Paulo, trabalha com obras e autores de diversas regiões do país e de alguns estrangeiros. Entre as obras disponíveis no acervo está o ‘Livro das Lamúrias’, publicação de estreia na literatura da cantora recifense Lulina. Recentemente republicado pela editora Vacatussa, após 13 anos de seu primeiro lançamento, o livro explora sua materialidade ao sugerir que o leitor jogue fora cada uma de suas 28 páginas após a leitura.

Autodidata, Baruq desenvolve trabalhos autorais que misturam a solidez dos traços da tatuagem, dialogando com a gravura e a hachura. Prioriza o trabalho manual com pena e papel e a reprodução com serigrafia. Quando não está tatuando, cria gravuras, colagens e ilustrações sobre papel, misturando diferentes técnicas, inclusive digital. Produz cartazes, capas discos e estampas para bandas, zines, coletivos e movimentos. Entre as publicações do autor está o livro Casa Encantada, com sessão de autógrafos na Faísca.

Os mais de 90 títulos do catálogo da editora independente Bebel Books têm temáticas variadas: de histórias de viagem à crítica política, de desenhos eróticos à poesia. São publicações também são marcadas pelas impressões em diversos suportes e técnicas, com várias expressões artísticas. Já participou de feiras de livros por todo o Brasil e também em México, Reino Unido, Alemanha e França. Presente na mesa da editora na Faísca, o zine ‘Potato Batata’ foi impresso em duas cores, em risografia, reunindo oito mapas experimentas sobre o Largo da Batata, em São Paulo. Resultado de uma residência artística feita em parceria entre o SESC Pinheiros (SP) e o ELCAF (East London Comics and Arts Festival), a obra reúne trabalhos de mulheres artistas gráficas de São Paulo, com a orientação da brasileira Vânia Medeiros e da britânica Grace Helmer. 

As obras da Croxilo são produzidas em xilogravura, serigrafia e técnicas mistas. Criada por Brenda de Oliveira Prado em 2014, o projeto esteve presente em eventos em São Paulo (Miolos, Printa-feira, Jardim Secreto, Feira do CCSP e A.F.A.G.O.), Paraná (Feira Solar do Barão), Rio Grande do Sul (Retina) e Rio de Janeiro (Grave). Também realiza oficinas na capital paulista e ocupa as paredes da cidade com lambe lambe. Seu Zine Journal é uma publicação toda gravada em madeira, de impressão em xilogravura, com detalhes em serigrafia, trazendo uma reflexão sobre a figura e a presença das mulheres. Quando aberta, a obra vira um pôster de tamanho 1 x 0,9 m.

As cores vibrantes se destacam no trabalho de Ea Damaia, artista visual transdisciplinar, designer gráfico, ilustrador e quadrinista. Suas obras tratam de temas como gênero, criação de mundos e de narrativas a partir de um olhar de pessoa trans. Estará na Faísca com publicações como o zine experimental ‘Mal Me Quer’, que explora as memórias como um resgate em busca de um espaço de acolhimento e conexão. A obra foi produzida com rotoscopia sobre fotos, autorretratos, escrita, ilustração e quadrinhos.

Eme é designer e poeta. Graduado pela UFMG com passagem pela CSAD Reino Unido. Passou pelo Curso de Preparação de Escritores da Casa das Rosas [SP]. Trabalha a interseção e possibilidades a partir dos eixos poesia e design. De Belo Horizonte, começou a prática da escrita de diários em 2017, tendo sua primeira publicação de fragmentos em 2021. Da vontade de compartilhar suas inquietações, tem se afirmado de maneira cíclica, uma produção que irrompe de noites sem dormir, ruminações intermináveis e movimentos repetitivos de escrita automática. Ao todo já são sete publicações, todas em risografia.

É artista visual autodidata, nascido em Juatuba, Minas Gerais, graduado em química em 1980. Pesquisa e desenvolve técnicas alternativas e multidisciplinares, manipulando negativos e cópias, com um trabalho amplamente divulgado em várias mostras no Brasil e no exterior. Além da atuação na área da fotografia, pesquisa sonoridades no campo da música, assim como a sequência e o movimento em mídias eletrônicas. Aborda, entre outras linhas de interesse, temáticas relativas à identidade e a memória da cultura afrodescendente, com uma produção de corte social e crítico, que permite diversos níveis e possibilidades de leitura. Vive atualmente em Diamantina (MG). Na Faísca, três obras sonoras experimentais desenvolvidas por Eustáquio Seven e Maria Tereza, que compõem a dupla Seven&Neve, integram a mostra Biblioteca Invisível.

A Experimentos Impressos surgiu em 2016 com a proposta de ser uma editora de autopublicação experimental. O projeto foi criado pelo jornalista e escritor Ricardo Rodrigues e investe em formatos distintos, como zine, livro-objeto, livro de artistas e cartazes, entre outras possibilidades. Suas obras vão da poesia ao fotolivro, passando por narrativas curtas, longas e pela não ficção. Sua mesa na Faísca apresenta publicações como o livro ‘Carne Fresca’, que reproduz a estética das embalagens de carne do supermercado, com efeito na capa, sem texto, que simula gordura. 

Criado como selo de publicações em 2020, o faísca lab é também ateliê de risografia e espaço cultural. O catálogo é composto por zines, livros de artista e outros impressos, além de experimentações visuais como videozines. O estúdio promove programas criativos voltados para artistas, como Laboratório de Zines, Laboratório de Publicações Experimentais e GRÁFICA ABERTA. Além dos lançamentos do Laboratório de Zines, na Faísca Festival, o selo lança Tarja Preta, de Syl Triginelli, Retratos Bufoliares, de Imoraes e Fora do Grid, de Matéria Prima. Outras obras do catálogo são clap clap, da Prumo, ir, de Luiza Palhares, Riso e o Registro, de Preto Matheus, Matéria Instável, do Phonte 88, Fauna & Flora, de Fabio Zimbres e DEXAMETAZONA 01, de Jão.

A FANTASMA® foi criada em 2017 com o objetivo de funcionar como plataforma para artistas novos e consagrados publicarem projetos de livros, impressões variadas e objetos seriados. Entre as publicações presentes no espaço da editora na Faísca estará ‘Buraco’, obra de Felipe Filgueiras, Ville Karlsson e Mateus Acioli. O título está no limiar entre quadrinhos, desenho experimental, poesia e design especulativo. Também constam em seu catálogo obras em formatos de discos de vinil 7”, fitas VHS, ensaios, ficção, quadrinhos experimentais e fotografia.

G I V V A é artista trans-marginal, fotógrafo e cineasta. Idealizador da SERPYENTE coletiva – espaço de pesquisas futurísticas, xamãnicas e marginais – desenvolve em coletivo projetos com fotografia e investigações artísticas vinculadas à ancestralidade marginal e corpos trans-futuristas. Dentre suas principais obras como fotógrafo e diretor de fotografia está a série “MORRO DOS ESPÍRITOS”, selecionada no edital Nova Fotografia 2022 – Museu da Imagem e do Som, São Paulo/SP e “FILHAS DO APOCALIPSE”, fotolivro e série fotográfica impressa em lambe-lambe premiada com Prêmio Destaque pelo Festival Zum 2023 – IMS Institulo Moreira Salles, São Paulo/SP e selecionada pelo Festival de Fotografia de Tiradentes 2024, Tiradentes/MG. Como cineasta podemos ressaltar “FARAÓ MARGINAL” vencedor do Prêmio Super Filme no X Super Off Festival Internacional de Cinema Super 8 – São Paulo/SP e “AFLUENTE”, contemplado pelo edital Jardim Miriam Próxima Estação, São Paulo/SP. Atualmente, sua pesquisa em fotoperformance perpassa os caminhos da transição de gênero e territórios ancestrais através da fotografia impressa e suas possibilidades.

A GLAC edições surgiu de modo experimental, em 2016, por meio da publicação “Em vista de uma prática ready-made”, uma coletânea de textos da coletiva de arte francesa Claire Fontaine; e pela organização do primeiro seminário do programa de debates “Cidadãos, Voltem pra Casa!”, que teve lugar na Oficina Cultural Oswald Andrade. O projeto abrange publicações voltadas para voltam a crítica e subversão política do cotidiano, viabilizando escritas e programas de caráter autonomista por meio da edição e tradução de autorias nacionais ou anônimas estrangeiras, coletivos, artistas e intelectuais, como forma de debater radicalismos e, principalmente, a importância de uma escrita subjetivo-política que impulsione a autodeterminação.

Nascido em São Bernardo do Campo, Leonardo Led é artista visual e educador, começou nas ruas com a pixação em 1999 e atua nas áreas de desenho, gravura, pintura e arte de rua. Trabalha na área da educação desde 2009. Foi arte-educador no Programa Vocacional da secretaria municipal de cultura, atuou e no projeto Curumim pelo Sesc Santo André e na ONG Solano Trindade em São Bernardo. Possui um ateliê chamado Gráfika 3 localizado no Jardim Maria Estela, Zona Sul de São Paulo, onde desenvolve seus trabalhos e oficinas de gravura, desenho, monotipia e pintura. É professor na Faculdade Paulista de Artes e professor de arte na casa Caminhos onde trabalha ensinando serigrafia para a população de rua.

A quadrinista Grazi Fonseca realiza todas as etapas de seus trabalhos (arte, edição, design, impressão e acabamento) por conta própria, em seu ateliê. Suas obras chamam atenção por seus aspectos tanto experimentais quanto artesanais. Um de seus lançamentos é a obra ‘4’33”’, feita a partir da peça musical em silêncio homônima composta por John Cage (1912-1992) em 1952, como parte do movimento artístico happening – caracterizado pela participação espontânea do público e a singularidade de suas apresentações. Foi selecionada pelo edital Criação de Publicações Experimentais, pelo qual lança, na Faísca, o livro de artista ‘8 minutos de carro’.

O artista visual Guilherme Bergamini teve seu primeiro contato com a fotografia no fim da adolescência. Foi uma paixão que resultou em pesquisas imagéticas transitando entre a memória e a crítica política e social, tendo como norte a construção de narrativas visuais que contam histórias a partir da fotografia. Os visitantes da Faísca poderão ter contato com três de seus trabalhos: ‘Carta Branca’, ‘Educação para todos’ e ‘Quatro Gerações’. Em ‘Carta Branca’ ele fez sua primeira experiência na captação de imagens com celular, reunindo fotografias produzidas durante caminhadas em Belo Horizonte entre o golpe vivido por Dilma Rousseff e as eleições presidenciais de 2018.

Todo o processo gráfico da Impressões de Minas é feito na sede da editora, da preparação dos originais à impressão. Seus livros são impressos em offset e tipografia, com os mais diversos formatos e acabamentos. As mais de 180 obras de seu catálogo contemplam livros de poesia, prosa, artes visuais, música, cinema e trabalhos acadêmicos. Em 2023, a editora ganhou o prêmio Livro do ano da Academia Mineira de Letras pelo romance ‘Caruncho’, obra de Laura Rabelo Cohen. Publicado em 2023, ‘Toda menina é uma bruxa’, obra destacada pela editora como uma de suas publicações experimentais, foi impresso com cinco opções distintas de capa e suas páginas finais são interativas.

O pintor e escultor alexHORNEST criou a ITEM72ForCollectors no fim dos anos 1990 para aglutinar ideias, vislumbrar possibilidades, propor alternativas, disseminar formatos e informações oriundas do fazer artístico proveniente de diversas mídias. Sua linha editorial é centrada na publicação de obras que exploram a interseção entre arte, cultura urbana e inovações. Também produziu os filmes ‘A Invasão’ e ‘Sujo’, obras que retratam as cenas de graffiti, skate e hip-hop em São Paulo nos anos 1990 e 2000. Lançado em 2010 e presente na mesa do autor na Faísca, o livro ‘Tenho pena de você’ é parceria de alexHORNEST e Thais Ueda, apresentando 50 ilustrações de pássaros imaginários.

O catarinense J.P.F. Borges é gravador e artista visual transmídia. Ele trabalha com desenho, gravura, pintura, arte computacional e suas intersecções, experimentando diferentes materiais e suportes. As obras dele disponíveis na Faísca são trabalhos em gravuras em serigrafia, em tamanhos diversos. Tratam-se de obras que incorporam o interesse do autor pelo fazer artístico, por mídia e informação e questões de reprodutibilidade.

A quadrinista Jéssica Groke é a responsável pela minigráfica Tacatinta, especializada em papelaria e pequenas tiragens de quadrinhos para artistas independentes – e também de 98% de do trabalhos da própria autora. É dela o conceito, o design, a impressão e o acabamento de ‘Piteiras de papel com frases recreativas’. A obra consiste em uma espécie de caderno de piteiras, mas com cada uma de suas páginas com uma frase diferente – indo de propostas de etiqueta ao fumar um cigarro a dedicatórias inspiradas. Groke é vencedora do troféu HQMix em 2019, na categoria Novo Talento Roteirista, por ‘Me Leve Quando Sair’. Participou da coletânea ‘Braba’, parceria da editora brasileira Mino com a norte-americana Fantagraphics.

Jey Duarte é um artista visual paraense que atualmente residente em Belo Horizonte, graduado em Comunicação Social pela UFPA e especializado em Produção gráfica e Arte-educação. Combina sua prática artística com reflexões sobre estética urbana em projetos visuais e publicações. Como arte-educador, ministrou oficinas de comunicação alternativa utilizando linguagens como stencil, desenho, graffiti e fotografia artesanal para crianças e jovens de regiões socialmente vulneráveis de Belém (PA) e região. Em suas produções artísticas, busca formas híbridas de percepção do olhar, realizando experimentos poéticos e gráficos por meio do diálogo entre linguagens artesanais e tecnológicas.

Um projeto por Jo Frenken, artista visual, designer gráfico e professor, costuma começar sob a forma de um livro, e as exposições que abrigam seu trabalho são uma tradução espacial disso. Seu fascínio pelo livro se desenvolveu ao longo de décadas, em que ele, primeiro como artista participante e depois como especialista em técnicas gráficas, trabalhou na Jan van Eyck Academie, em Maastricht. Seu processo artístico é de origem conceitual e ele tem especial interesse em métodos científicos e em dípticos. Jo trocou os estudos em Arquitetura na Eindhoven University of Technology por Design Monumental, Pintura e Artes Gráficas no Maastricht Institute of Arts e, em seguida, Artes Gráficas e Multimídia pela Jan van Eyck Academie (JvE). Trabalhou como professor de Pintura e de Artes Gráficas. Por 20 anos, lecionou Design Gráfico na Master Architecture Maastricht. Pela JvE, ocupou vários cargos relacionados à impressão. Em 2011, Jo montou um novo laboratório de Impressão & Publicação na Jan van Eyck Academie, especializado em técnicas de reprodução por estêncil. Idealizou e organizou a bienal Magical Riso, encontro global de especialistas da impressão. Depois de se aposentar como coordenador do laboratório, Jo está focado em sua própria prática artística, além de ocasionalmente lecionar, ministrar workshops e palestras, com interesse principal em livros de artista. Permanece vinculado à Jan van Eyck Academie como especialista voluntário.

A editora LAB. Migaloo trabalha em diferentes frentes, desde publicações em papel até tecidos e perfumes. Seus trabalhos investem em múltiplas materialidades da experiência estética, tentando trazer aos seus projetos todos os sentidos humanos. Na ativa desde 2020, a editora é uma parceria da designer Ana Lovi, com o autor e editor Lusto e o também autor Franz Magpantay. Entre os títulos disponíveis na Faísca estáarão ‘Caixa-Preta de pequenas grosserias’, obra vencedora do I Prêmio Nacional Ciberpajelanças de Fanzines e Artezines, na categoria Melhor Arte Zine. A obra reúne 11 fichas datilografadas e uma com caligrafia do autor.

O Laboratório do Livro surgiu do desejo da autora e editora Fabiana Torres de explorar os processos de criação de livros a partir de construções de narrativas textuais, imagéticas e materiais. É o caso de ‘Caretas’, obra de Torres com 16 páginas, capa dura revestida em tecido e encadernação manual. Trata-se de um livro de recortes, sem textos ou imagens, sugerindo a leitura dos “vazios” contidos em suas páginas. Já ‘Fui à feira e levei…’ consiste em uma publicação composta por uma sacola de papel contendo três livros-convites. A editora também terá em sua mesa na Faísca outros livros, zines, livros de artistas e gravuras.

Lara Marques é artista visual, designer gráfica e pesquisadora. Vive e trabalha em Belo Horizonte e atualmente sua produção tem como principal linguagem a fotografia, tendo como narrativa a exploração da cidade e o debate de gênero. Sua pesquisa também explora outras temáticas como a performance, o desenho e as artes plásticas.

LEIE é a sigla para Laboratório de Estudos da Imagem e Escrita, grupo de pesquisa vinculado ao Instituto de Artes e Design da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Sob a coordenação de Letícia Bertagna, o grupo trará à Faísca publicações de cinco estudantes de graduação e mestrado em artes visuais: Anna Sant’ana, Larissa Noé, Layane Castro, Luisa Moraes e Maria Julia Ourique. Os processos do sexteto se desenvolvem a partir da fotografia, em suas mais diversas manifestações e usos. Entre as obras levadas para a Faísca estão ‘Longitudes’, de Maria Julia Ourique, uma colagem envolvendo um mapa antigo, com recortes de uma revista fotográfica e edição com ferramentas digitais.

A produção da artista visual e zineira Line Lemos abrange uma variedade de linguagens gráficas que passa por quadrinhos, zine, pintura e intervenção urbana. Mestre em História e Culturas Políticas pela UFMG e graduanda em Artes Plásticas na Escola Guignard, ela venceu o prêmio HQMix em 2019, na categoria Homenagem, por ‘Artistas Brasileiras’. O álbum estará na mesa da artista junto com títulos como ‘FOGO FATO’, os dois volumes de ‘Lado Bê’, o recém-relançado ‘Fessora!’ e ‘Melindrosa’ – publicação experimental surgida de pesquisa sobre narrativas de gênero na linguagem das caricaturas art déco. A segunda edição de ‘Melindrosa’ foi publicada pelo faísca.lab, em 2022, com nova colorização e impressão em risografia.

A natureza da investigação gráfica da artista Livia Aguiar está na experimentação. Todas suas zines são finalizadas à mão e produzidas com técnicas variadas (fotografia, colagem manual e ilustração) e veiculando textos poéticos concebidos em diferentes momentos de sua vida. Ela considera ‘5h55’ sua obra mais trabalhosa: uma zine impressa em A4 sobre nadar no mar durante o nascer do sol, com um poema bilíngue (português e inglês) e ilustrada com seres humanóides e sereios. A obra deu origem a uma performance com trilha sonora ao vivo, que você acompanha na Faísca. Ela lança também duas publicações no festival: uma zine sobre o genocídio do povo palestino e outra com ilustrações e textos sobre o carnaval de Belo Horizonte.

A editora Livr_: Impressões trará para a Faísca as publicações da série ‘Olha, Percebe’, uma coleção de sete publicações surgidas da parceria entre Antônio de Andrade e Laura Belisário e que usam um monóculo como suporte. Os demais títulos da editora seguem na mesma pegada, com projetos experimentando em suportes variados, sempre valorizando formatos econômicos. Criada por amigos, em 2021, em Belo Horizonte, a editora participou da Feira Textura (2023) e da Feira Colofão (2023).

A editora Lote 42 trará para a Faísca três de seus lançamentos mais recentes, ‘Eu nunca leio, só vejo as figuras’ (Amir Brito Cadôr), ‘Lumbre’ (Troche) e ‘Na TáBUA’ (organizado por Fabio Zimbres e Paulo Scott). São títulos representativos da inventividade gráfica da editora. As 192 páginas de ‘Na TáBUA’, por exemplo, reúnem cartazes com artes e textos literários de artistas como Laerte, Glauco Mattoso, Alice Sant’Anna, Carol Bensimon, Marcia Tiburi, Daniel Galera, Adão Iturrusgarai, Marçal Aquino, Luiz Ruffato, Reinaldo Moraes, Xico Sá, Ronaldo Bressane, Marcelino Freire, Eloar Guazelli, Joca Reiners Terron e outros.

A Lotus & Lichias surge como uma iniciativa de Julia Pantin de presentear familiares com histórias. Com o passar dos anos o projeto cresceu, com memórias afetivas pessoais transformadas em narrativas mais universais e projetos gráficos pouco usuais. Nas 44 páginas de ‘A Habilidade dos Gatos (de caberem em lugares muito pequenos)’, por exemplo, Nick Lisboa retratou o empenho do gato da família em se esconder em lugares mais incomuns. Músico, Lisboa investiu na sonoridade das palavras para construir o texto da obra. O livro foi feito a partir de dobraduras com papel pólen e xerox. Também estarão disponíveis na Faísca os livros ‘Na Dobra da Onda’, ‘Saponando’, ‘A Vida Despilrafadora dos Gatos’, ‘Uma Casa para o Gatinho Jeremias’ e ‘A Pequena’.

Desde que ingressou na licenciatura na Escola Guignard, tem o desenho como uma das formas de expressão e participa de feiras, além de trabalhar com produções diversas em tatuagens, no cinema, produzindo cartazes e com pequenos projetos de design. Sempre atualizando experimentando novidades técnicas, foi por meio de sua pesquisa que reconheceu-se como pessoa não binária e indígena.

Fundada em 2021 por Júlia C. Rodrigues e Diego Aguiar Vieira, um casal da área de Letras que escreve, edita e traduz, a Mambembe tem como missão democratizar o acesso ao livro em duas frentes: como sebo e editora, com base no comércio justo, pautado por responsabilidade social e ecológica. Entre as publicações disponíveis na mesa na Faísca, você encontra Mãe, de Felipe Campos, Locadora do Farol e Pássaros Artificiais, de Diego Aguiar e João Ferreira, todas de 2024.

Entre os títulos de Marcelo Dola na Faísca estão ‘Carimbo Humano’ (publicação em folhas soltas, usando carimbos e impressões, com tiragem limitada), edições do zine ‘KHneira’, da coleção de arte postal ‘CODEX’ e do título ‘Atum’. São obras representativas da longa trajetória do autor no mundo das publicações independentes, iniciada em 2006, com publicações reunindo seus quadrinhos autorais de humor e trabalhos de outros colegas.

Entre os trabalhos de Marcelo Perilo disponíveis na Faísca está o livro-objeto ‘Obituário’, uma obra em forma de caixa que reúne ilustrações e sete contos apresentados em folhas avulsas – sem cola, costura ou grampo. O formato da publicação é alusivo a uma gaveta mortuária. O autor levou um ano entre a concepção e a publicação do projeto, com ilustrações no miolo do desenhista e designer de jogos Vitrovil, design de Fernanda Tosta e diagramação e editoração eletrônica de Bia Menezes. Além de artista, é antropólogo, e sua obra é um resultado poético e estético de pesquisas que desenvolve na área. Foi contemplado, em 2005, pelo prêmio Rumos, oferecido pelo Itaú Cultural, com uma obra na categoria Literatura em Audioficção.

marco sem s pesquisa o cotidiano urbano, relacionando possibilidades narrativas e pensamento gráfico a partir do desenho e da fotografia. Publicou Meus Lugares Favoritos volumes 1 e 2 (2018/2019), Instante Cotidiano (2019), Quadro Negro (2019), tô pra dizer que, apesar de tudo, gosto de viver aqui (Coleção Brasil, faísca lab, 2021) e Domingo (2023). As 12 páginas de Domingo, impressas em risografia, reunem fotografias feitas em diferentes localidades entre os anos de 2021 e 2024. As imagens publicadas na obra criam o trajeto de uma caminhada em um domingo à tarde. marco sem s é também integrante do Núcleo Nômade de Fotografia, que apresenta no festival uma obra inédita, por meio do edital Criação de Publicações Experimentais.

Bacharel Interdisciplinar em Artes e Design na Universidade Federal de Juiz de Fora, atualmente bacharelando em Artes Visuais, também na Universidade Federal de Juiz de Fora, maria julia ourique tem experiência na área de Artes, com ênfase em Artes Visuais.Interessa-se pelas relações entre palavra e imagem, o digital e a manualidade na prática editorial gráfica. A produção da artista é voltada para livros de artista e publicações independentes. Busca explorar a materialidade em seus trabalhos, pensando em questões formais gráficas e suas interferências no modo de leitura.

Os trabalhos mais recentes de Muriel Machado giram em torno de produções gráficas que costumam ser encontradas na rua – como anúncios, cartazes, letreiros e panfletos. As 32 páginas de ‘Ouro Clim Prim’, por exemplo, consistem em um álbum de figurinhas com adesivos que correspondem ao preço da banana ouro em estabelecimentos da região central de Belo Horizonte entre 2021 e 2022. Já ‘Mulheres do sextante’, parceria com Ramón Moro Rodriguez, é um livro de 30 páginas, acompanhado de um baralho de 21 cartas, narrando passagens das vidas de seis mulheres, com suas possibilidades interpretativas dependendo da ordem escolhida pelo leitor.  

Nicole Zanetti trabalha com diferentes linguagens e mídias, mas sempre tendo o ambiente urbano como foco de suas produções. Ela levará para a Faísca ‘Traz O Amor de Volta?’, com oito páginas reunindo fotos de lambes da artista espalhados pelas ruas de Belo Horizonte. As 20 páginas de ‘Construindo e sendo paisagem’ seguem a mesma proposta, ainda incluindo textos sobre a relação da artista com a cidade. Seus trabalhos também incluem gravuras em xilogravura, serigrafia e colagem. Nicole ministra, na programação do festival, a oficina Serigrafia Experimental.

A mesa de Pérola Pessoa na Faísca reúne fotozines, livretos de poesia, zines, cartazes e livros de artista. A expositora foi vencedora do 1º Prêmio Pretas Potências (categoria Literatura Individual), com o livro ‘Poemário de Transmutação’. Atualmente, ela faz residência artística na Casa Locomotiva (SP) e é bolsista do  9º Curso Tatuí de Publicação (SP). Sua produção atual está focada em ‘O livro que não escrevi, pois estava batendo ponto’, um experimento editorial em que Pérola Pessoa, como artista-editora, abre espaço para encontro em um grupo de desenvolvimento artístico voltado para a criação de trabalhos a partir de provocações, concebendo uma obra colaborativa. 

A relação entre forma e conteúdo é uma das bases para o projeto de experimentação gráfica Phonte88, criado por Thyana Hacla e Circe Clingert em Belo Horizonte, que completa dez anos em 2024. Trabalhando com uma diversidade de temas e de formatos, suas publicações vão de fanzines a livros de artista, produção que é celebrada nesta edição da Faísca com a mostra Código Phonte88: Percursos e Investigações da Experimentação Gráfica-Visual, que tem, como programação de abertura, a performance Conexões, inspirada pela ideia de “rede de afetos”. Na Faísca, o Phonte88 inaugura o selo A-Livro, exclusivamente dedicado a edição e produção de Livros de Artista. A primeira publicação da nova iniciativa é uma parceria com o artista Victor Galvão: “Linguística Formal”, um livro de artista que nasce da observação das marcas de leitura, da relação com o objeto e da palavra como desenho-imagem-gráfico-pensamento.

O quadrinista e ilustrador Piolho começou a publicar seus quadrinhos e zines em 2019. Ele lançou ‘Corjamar’ pela editora Escória Comix e ‘Engodo’, como parte da primeira edição do Laboratório de Zines, do faísca.lab. Participou de eventos como FIQ, Feira Tijuana, Feira Miolos, Bienal de Quadrinhos de Curitiba, Motim e Feira Ogra. Um dos destaques de sua mesa na Faísca é ‘Bye-bye Fever’, HQ experimental de 16 páginas construída a partir da edição e reimaginação de imagens recolhidas em livros de enfermagem. Também estará com o zine ‘casulos, maletas, ninhos e conchas’, um quadrinho sobre “culpa, peso, medo do futuro e pé no acelerador”, sobre as vivências do autor como pessoa não-binária transmasculina habitando ambientes normativos e enrijecedores.

As zines da Piranhas editora são impressas em gráficas rápidas e montadas em casa. O projeto é uma iniciativa do editor e quadrinista Sebastião Dojcsar e também produz gravuras e outros trabalhos impressos. Ele lança na Faísca ‘Bueiro 2’, zine de 36 páginas em formato A5 e costurado à mão, destacado pelo artista como publicação experimental que reúne esboços, desenhos, HQs curtas, colagens e recortes. Também terá em sua mesa o álbum ‘Beto e o Interlux’, obra de 96 páginas publicada pela editora Escória Comix em 2023.

A intenção do designer Diego Belo com o projeto PlaqueteParquete é promover encontros entre a impressão e a imaginação, transgredindo fronteiras entre publicações periódicas e livros. A empreitada editorial consiste em um desdobramento da tese de doutorado do autor, defendida em 2023, na UFMG. Os seis títulos que estarão presentes na mesa do autor na Faísca consistem em publicações em formato A7, embalados em sacos plásticos com fecho, e apresentando ensaios com até seis mil palavras. Em ‘Suplícios da mancha tipográfica’, ele reflete sobre rastros tipográficos e a imaginação como técnica para produção de pensamento crítico.

Sob coordenação do artista plástico Guilherme Cunha e na ativa desde 2012, a Primata Editora é voltada para a publicação de livros sobre artes visuais, patrimônio e memória. São obras voltadas para a construção de outras possíveis formas de produção de conhecimento, sistemas de percepção e experimentos gráficos-narrativos. De autoria de Cunha, ‘O Oposto Complementar do Infinito’ reúne trabalhos realizados entre 2001 e 2018 centrados na intersecção entre artes, neurociência, engenharia acústica, biologia, filosofia político-cognitiva e novas tecnologias. Entre os títulos mais recentes da editora que estarão presentes na Faísca constam ‘Retratistas do Morro’, de João Mendes, Afonso Pimenta, Ana Martins, Misael Avelino e Guilherme Cunha; e também ‘Vozes e Mandamentos’, de Juliana Garcia e Guilherme Cunha. João Mendes e Afonso Pimenta também participam do festival com lançamento e sessão de autógrafos.

A artista Rafaela Angeli transformou os bueiros de Belo Horizonte em gráfica para o projeto print pirata, criando cartazes a partir das formas de ferro espalhadas pelo chão da capital mineira. Ela tem dedicado seus finais de semana para experimentar com diferentes tintas, ferramentas e papéis na catalogação dos bueiros de BH, dando nova vida a eles como cartazes. As impressões exploram os diferentes formatos e estados dos bueiros da cidade, em um registro revelador sobre o desenvolvimento e a história da capital de Minas Gerais.

Concebida em 2014 por Bruno Rios e Matheus Ferreira, a Prumo foi criada como uma plataforma colaborativa destinada à invenção de modos possíveis de se fazer arte. Suas publicações e seus cursos são voltados para a pesquisa e (re)invenção de metodologias, técnicas e materiais, para realização de propostas que potencializem as relações entre prática artística, reflexão e experimentação da linguagem de meios gráficos. Entre as obras presentes na Faísca encontra o cartão postal ‘Urgente’, obra impressa em um tijolo cerâmico. Já ‘Fúria’ consiste em uma publicação em risografia com composição entre manchas de cor e palavras, investigando as sobreposições características desse modo de impressão. 

QBRD é um coletivo de artistas LGBTs que se uniram para fazer “zines sobre design, desabafos, safadezas e tudo o que der na telha usando técnicas como colagem, encadernação e ilustração digital como forma de se expressar livremente”. Na Faísca encontra o ‘Manuzine de Impressão’, um conjunto de zines que dão dicas de design como se fosse um manual. Trata-se de uma experiência metalinguística: um material impresso com dicas de formatos e possibilidades gráficas. Tudo isso em um formato A6 que vai se desdobrando até chegar em um cartaz em A3 listando diferentes técnicas de impressão. O coletivo também vai levar cartazes, colagens e zines em diferentes formatos e tamanhos.

Rachel iniciou sua trajetória artística em 2022, a partir dos cursos livres da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde desenvolve sua pesquisa a partir das técnicas de serigrafia, colagem, fotografia, desenho e gravura. Foi bolsista do Programa de Imersão em Artes Visuais da mesma instituição em 2023, cujo foco em processos de edição e em produção de livros de artista, pelo qual desenvolveu, como trabalho de conclusão, a minha primeira publicação impressa, intitulada Saudades de Lugares Comuns. Desenvolveu ensaios visuais que foram publicados em revistas digitais e físicas. Explora a interseção entre a fotografia digital, o desenho e o recorte das matrizes à mão para compor paisagens que emergem a partir de observações cotidianas da vida urbana.

Os cartazes impressos pelos quatro artistas que compõem o coletivo RASGA RETINA se propõem a “romper o olhar por meio de experimentações gráficas que profetizam o apocalipse”. A impressão ‘BH ESTÁ PRESTES A EXPLODIR’, de RCD, sintetiza a proposta do coletivo ao retratar “ruínas de um modo de se colocar no mundo que talvez já não sirva mais”. Trata-se também de uma prévia para uma HQ ainda inédita situada em uma Belo Horizonte pós-apocalíptica. Criado em 2024, o coletivo é composto por Cami Versiani, Bernardo Ricardo, Lucas Tavares e Henrique Amorim. 

A linha editorial da riacho consiste em “uma mistura de poética radical e diversidade socioambiental”. Em 2015 venceu o Prêmio Dente de Ouro, da Feira Dente, na categoria Publicação Experimental, por Mineiros Cavam no Escuro, de Daniel Eizirik e João Kowacs. Entre os cartazes, livros e zines que estarão à disposição na Faísca consta ’El Tiempo en las Raíces’, um documentário gráfico misturando desenho, oralidade e poesia em torno dos cultivos do gênero de plantas agave na cidade mexicana de Oaxaca. A obra foi impressa na periferia do município mexicano, em offset, duas cores, com capa em tipografia sobre amate (papel ameríndio).

A Risotrip Print Shop Co. é um estúdio de design e impressão em Risograph fundado em 2015 por Daniel Bicho e Igor Arume no Rio de Janeiro. Além de produzir projetos autorais e para clientes, participa de feiras de arte impressa e oferece palestras e oficinas incentivando novas formas de autopublicação e experimentação gráfica. Teve trabalhos expostos em mostras coletivas em diversos países da Europa, na China e nos EUA. Tem como propósito usar a Risograph enquanto meio de produção capaz de criar novos espaços para diálogos, encontros e expressões de ideias.

Estudante de artes visuais pela EBA-UFMG, no percurso de bacharel em Artes Gráficas e parte da Trupe Simbionte. Desenvolve seus trabalhos com artes gráficas, vídeo, pixo, fotografia, desenho e som/música. Possui uma extensa produção de experimentações gráficas e de manipulação digital de imagem. No campo das publicações, lançou um livro de artista desenvolvido artesanalmente, chamado A Forma da Estrela e um zine chamado O que eu dei conta, além do quadrinho Trancis, parceria com a artista @bonestream. Integra dois projetos musicais, @musica.minima e @geleiagenerativa, que se apresenta na noite de abertura da Faísca.

‘Sem título’ é uma obra representativa de Rosseti: são 14 páginas, impressão por stencil, spray, formato A5 e encadernação manual. Os gestos variados do spray do autor no papel e a quantidade de tinta distinta de cada impressão resultam em exemplares únicos. O título explora a reprodutibilidade de um livro de artista de tiragem limitada, feito artesanalmente, com o autor empenhado em novas maneiras de distinguir cada exemplar. Ele também estará na Faísca com fotolivros, fotozines, postais, gravuras e stencil. 

O pesquisador e quadrinista Lucas Muniz adotou o pseudônimo Sem Cabeça para sua investigação poética em quadrinhos em seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Design da EBA/UFRJ. Ele combina desenhos, colagens, textos com elementos de HQs e livros de artistas em publicações independentes. Na mesa dele na Faísca estarão presentes a coletânea de zines ‘Teto Preto’, o zine de artista ‘Nunca sei começar’ e o zine ‘Cabeçudinhos’. Impresso na primeira edição do Laboratório de Zines do faísca.lab, ‘Junkie’ foi impressa em risografia (verde e azul), reunindo desenhos e colagens para apresentar uma narrativa não-linear com leitura semelhante a um caderno de rascunhos.

Criação de Félix B. Perini, o selo Sentimentos Ternos é focado em publicações de imagens e experimentações com leituras. Desde o início de suas atividades em 2023, já publicou fotolivros, pesquisas e narrativas visuais. São obras voltadas para o exercício de processos coletivos e experimentais de edição. ‘Desenhos Imbecis’, de Ro Ro Brasil, por exemplo, recria personagens de desenhos animados icônicos como um exercício divertido e evocativo de dúvidas e incompreensões da memória. É tanto uma publicação quanto um pacote de pôsteres, sem ordem definida de leitura.

O SERPYENTE coletiva é um grupo de pesquisa em fotografia, artes visuais e audiovisual, composto por integrantes nascidos em periferias da cidade de São Paulo. Suas obras investigam questões que passam por vivências de corpos dissidentes, marginalidade, ancestralidade e desobediência de gênero. Entre os títulos do grupo na Faísca estará ‘Filhas do Apocalipse’, fotolivro e série fotográfica impressa em lambe-lambe e publicada pela editora Há Boatos. A obra foi premiada com Prêmio Destaque pelo Festival Zum 2023 do Instituto Moreira Salles, selecionada pelo Festival de Fotografia de Tiradentes 2024 e pelo Festival de Fotografia de São Paulo 2024. Suas páginas consistem em um ato de existência e resistência para o imaginário trans periférico.

Artes Gráficas é uma área de conhecimento do curso de Artes Visuais da Escola de Belas Artes da UFMG. Este campo interdisciplinar abrange experimentações artísticas e visuais relacionadas ao pensamento gráfico em suas mais variadas formas, dialogando com múltiplas práticas, como tipografia, ilustração, cultura contemporânea do impresso, livros, publicações e intervenções gráficas no espaço urbano, entre outras. Em um setor especial na Faísca, serão apresentados trabalhos de professores, alunos e egressos, incluindo cartazes, livros, publicações e diversas formas de experimentação gráfica que utilizam o papel como suporte.

O selo Sismo publica obras autorais, feitas à mão e em pequenas tiragens, investigando materialidades e formatos narrativos. Criado em 2018 pela artista, designer e arte-educadora Mariana da Matta, tem publicações em diversas técnicas e suportes – como zines, cartazes, colagens e carimbos. Entre seus títulos constam ‘Romã Infinita’, um zine de 7×5 cm, com dobras e cortes que criam um efeito sanfonado composto por 25 páginas, com impressão caseira no papel pólen 90g. Concebida durante a pandemia, com recursos financeiros limitados e materiais escassos, a obra apresenta uma série de autorretratos misturados a símbolos de arquétipos presentes em narrativas mitológicas.

A Sô Edições tem como missão mapear e editar jovens talentos da arte visual contemporânea brasileira com trabalhos ainda não publicados. A editora está na ativa desde setembro de 2020, já tendo lançado mais de 20 obras de 20 autores das cinco regiões brasileiras e da América Latina, além de títulos de seus editores (Gabriel Cabral e Lucas D’Ambrosio). Participou de festivais do universo dos fotolivros (Festival Zum, Festival Imaginária e Beyra – Festival do Fotolivro de Juiz de Fora). Entre livros, dobraduras e cartazes, terá na Faísca o fotolivro ‘Mixtape’, obra de 40 páginas de Pe Anderson com imagens experimentais misturadas a histórias em quadrinhos para tratar de temas como identidade, consumo, cultura popular e construção social de gênero.

A SQN Biblioteca é um projeto de edição focado na confluência entre livros-objeto, escrita experimental e cultura urbana. A editora estará na Faísca com 10 livros, cartazes, serigrafias e uma nova linha de sketchbooks. Entre os livros da editora consta ‘Quem Leu Leu’, obra do poeta visual e designer de linguagem Preto Matheus, que deu origem a uma mostra na Faísca. A publicação consiste em uma caixa de papelão serigrafada com 69 poemas visuais nos formatos 19×19, 19×38 e 19x57cm, impressão digital em papel kraft 180g, explorando processos artesanais com formatos não convencionais. 

Os estudos da artista e arte-educadora Syl Triginelli são voltados para gravura, desenho e artes gráficas. Suas obras buscam evidenciar suas experiências enquanto uma pessoa neurodivergente. Desde 2019, ela estuda “formas impressas de expressar sensações e experiências sobre os fantasmas da mente e seus monstros”, envolvendo campos da saúde mental e da gravura contemporânea. Seus trabalhos envolvem técnicas como xerografia, litogravura e gravura em metal. O artzine ‘Clichês’ será uma das obras na mesa da artista na Faísca. Suas 28 páginas foram impressas em xerografia para explorar composições do acervo de clichês tipográficos do Centro Cultural da UFMG. O miolo, impresso em papel vegetal, proporciona novas composições e narrativas diferentes com a movimentação das páginas. Syl lança, no festival, a publicação “Tarja Preta”, publicada pelo selo faísca lab.

Multiartista brasileira que investiga a diversidade e a ancestralidade humana. Desenvolve o Projeto Retraços, contando a história de pessoas por meio de seus rostos. Em seu trabalho, a diversidade de memórias é lembrada, retratada e celebrada. Participou de publicações como Dedo de Moça, Baleias, Projeto Mina + Tainha  e A loja mágica de brinquedos.

Arquiteta de formação, sempre foi atravessada pela arte durante a graduação. Começou a trabalhar com colagens, tanto digitais quanto analógicas, como forma de expressão, em um universo que une seus interesses expandidos (design, artes visuais, eventos cultuais, música), além de atravessamentos políticos e envolvimentos com o movimento negro estudantil (coletivo Malungo).

Artista visual e fotógrafa formada pela Escola de Fotografia Popular – Observatório de Favelas. Tem experiência exposições coletivas e, atualmente compõe a residência artística no laboratório de imagens do Instituto Moreira Salles com o Imagens do Povo. Desenvolve sua pesquisa documental fotográfica a partir de sua descendência indígena, onde, no processo de retomada, passou a registrar essas vivências trazendo a narrativa e identidades dos povos originários de diferentes etnias que conheceu em seu percurso de pesquisa.

A Trópos foi criada por Natasha O Mota em 2014, durante suas pesquisas de mestrado, com a proposta de experimentar a fotografia no espaço do livro. A ideia era explorar formatos, materiais, tamanhos e possibilidades criativas e expressivas do encontro entre as imagens, da dobra e do corte no espaço da publicação impressa. Mais recentemente ela também tem experimentado com a colagem – com a apropriação de imagens de revistas, bancos de imagens gratuitos e acervo pessoal – e com a escrita. Entre seus trabalhos presentes na Faísca estará ‘25, Natasha O Mota’, uma publicação girando em torno de memória e abandono, com registros visuais compondo um caderno unido por um elástico, permitindo a manipulação das imagens, trocando sua ordem e criando novos encontros entre elas.

A Trupe Simbionte é um grupo belo-horizontino de experimentação multimídia & multimeios em artes, que iniciou suas atividades em 2023. A HQ ‘Trancis Vânia #001’ foi criada em conjunto, com oito páginas e um pôster misturando desenhos e intervenções digitais. Já ‘A Forma da Estrela’, livro de artista de rosinha disgrassa, tem 16 páginas explorando a figura da estrela e suas propriedades multifacetadas. A obra é toda pintada à mão, com edição misturando digital e serigrafia, além de verso em spray. Também serão levados para o evento zines e cartazes – feitos principalmente a partir de fotografia e edição digital. A Trupe se apresenta, com o Geleia Generativa, na abertura do festival e promove a Oficina Sinestésica de Desenho Abstrato e Experimentação Musical.