O Festival

25ª Edição: Faísca Festival de Publicações Experimentais
Distopia, ruídos, erros, falhas. Neste contexto, está a edição 2022 da Faísca, que coloca em primeiro plano necessidades pulsantes por novas formas de relação com o mundo, assim como reflexões sobre o papel dos seres humanos como uma das espécies de um complexo sistema. Na proposta, a experimentação é tomada não como vanguarda intelectual, mas como meio de sobrevivência. Artistas e público são convidados a vasculhar possibilidades a partir de defeitos e gambiarras e sonhos na construção de novos pensamentos, concepções da existência. Se já está tudo fora do lugar, a provocação é: que tal falhar muito mais e, dessa avalanche, plantar as preciosas sementes que podem surgir daí?
O festival, que marca a 25ª edição da iniciativa, é um encontro de Artes Visuais voltado para publicações como zines e livros de artista, composto por feira gráfica, palestras, rodas de conversa, exibição de vídeos, laboratórios de criação ao vivo, performances, mostras, lançamentos e outras ações. O evento, com acesso gratuito, é no BDMG Cultural, em Belo Horizonte, de 11 de novembro, noite de abertura, a 15 de novembro de 2022.
Um outro livro
“O fanzine e o livro de artista são obras muito delicadas. O ato da compra de um fanzine é um ato de você trocar uma ideia com o artista, é você tocar, é você sentir o material. É diferente de um livro, que você, mais ou menos, sabe o que vai vir“.
Beto Galvão“Também tem uma coisa no fanzine que me interessa muito, porque ele consegue ser transversal. As mais variadas pessoas podem acessar o texto de fanzine, se aproximar de uma questão do fanzine, então ele veio como uma alternativa pra mim ao texto acadêmico. Eu queria produzir coisas, mas não dentro da estrutura acadêmica.“
Daniela Maura“(…) quando artistas visuais tentam fazer o próprio livro, você sempre consegue perceber. É um tipo de livro diferente.“
Jo Frenken
Com foco nas publicações experimentais, a nova edição da Faísca celebra as possibilidades do livro-arte, que abrange títulos idealizados e, em muitos casos, produzidos, editados ou até impressos pelos próprios artistas. O aspecto Faça-Você-Mesmo e o caráter autoral fazem parte dos pensamentos no desenvolvimento dessas obras, que, normalmente, possuem pequenas tiragens e não são comumente encontradas em livrarias ou em outros lugares tradicionais. Além disso, essas publicações são constituídas como peças artísticas, que usam tanto o formato quanto a ideia de replicação, ultrapassando, como forma de expressão, a fronteira do conteúdo. A obra de arte é o próprio livro.
Ruídos do livro-arte
Com a programação do festival, o público tem acesso a obras de expositores de várias partes do país, que integram a feira gráfica, além de duas mostras de publicações: uma seleção de títulos da Coleção Livro de Artista, da UFMG, com curadoria do professor doutor Amir Brito Cadôr; e Riso Ephemera, com uma seleção de títulos do acervo do pesquisador Igor Arume, integrante da Risotrip Print Shop Co., do Rio de Janeiro. Já na programação audiovisual, serão exibidos os três vídeozines do Faísca Lab: Sagimai, de Taís Koshino; Visitor, de Mateus Acioli; e Um cara, de Ricardo Aleixo. Experimentações sonoras complementam o encontro, com performances como a Rádia Marginália, de Júpiter91, integrante d’a margem ; press, de Salvador; além de outras intervenções sonoras.
Performance gráfica
Ao longo do evento, a Faísca promove, ainda, atividades voltadas para os processos de criação de publicações, como os laboratórios de produção ao vivo, que têm no programa participações de Fabio Zimbres (Porto Alegre/RS) – artista referência na área da autopublicação – e da Ediciones El Fuerte (Buenos Aires/ARG), estúdio de risografia e microeditora voltada para zines e para experimentação. Também integram a programação duas sessões do documentário Knust, os pioneiros da risografia, dirigido por Ivana Smudja, uma produção da Dziga, dos Países Baixos. O filme, nunca exibido presencialmente no Brasil, apresenta a trajetória do coletivo neerlandês desde a metade da década de 1980 na produção de publicações e impressão por estêncil, usando desde mimeógrafos aos duplicadores digitais.
A programação completa da Faísca Festival de Publicações Experimentais estará disponível em breve aqui no site. A seleção por meio do edital da feira pode ser consultada aqui.
Faísca Festival de Publicações Experimentais
Noite de Abertura: 11 de novembro, a partir das 18h
Festival: 12 a 15 de novembro, a partir das 14h
BDMG Cultural
Rua Bernardo Guimarães, 1.600
Belo Horizonte – Cidade das Artes Gráficas
Minas Gerais
O projeto tem patrocínios da Belotur e do BDMG Cultural.
Para outras informações sobre a capital mineira, visite o Portal Belo Horizonte – Portal Oficial do Turismo na cidade (pelo portalbelohorizonte.com.br) e os perfis da Belotur pelas plataformas digitais @belohorizonte.mg no Instagram e @portalbelohorizonte no Facebook. Para saber mais sobre o Instituto, acesse https://bdmgcultural.mg.gov.br/ e @bdmg.cultural pelo Instagram.
Edição anterior (2020)
Faísca Festival Internacional de Risografia é um evento voltado para as publicações independentes e para a arte impressa, para obras que não são comumente encontradas em grandes lojas ou livrarias, para a conexão entre artistas e público por meio do papel.
O foco são trabalhos como zines, livros de artista, cartazes e outros tipos de impressos realizados por artistas, publicadores independentes ou microeditoras, envolvidos ativamente em processos que vão desde a ideia, passando pela edição, pela impressão, pelo acabamento até a circulação. São características dessas obras a liberdade criativa e a experimentação.
Esta edição do evento que começou em 2020 é a estreia da Faísca como festival e como encontro virtual, convidando artistas, designers, impressores e editores de vários países, assim como outros agentes envolvidos na publicação autônoma, aquela que não é pautada por padrões de mercado, pela lógica da larga escala ou pela necessidade de diversos intermediários para sua materialização.
A programação é composta por conversas e entrevistas, debates e palestras, oficinas, ateliês de impressão, por experimentações visuais e pelo lançamento de publicações impressas. O festival começou em setembro de 2020 e inaugurou sua loja online como encerramento do mesmo ano, estendendo suas atividades até 2021. A principal plataforma para acompanhar a programação é o canal de YouTube da Faísca.
No centro da proposta desta edição estão os processos criativos, considerando-se o registro no papel como parte desses percursos.
A risografia – com suas peculiaridades e possibilidades, a autonomia proporcionada por esse tipo de impressão e a potencialidade de suas limitações – é um disparador de trocas sobre percursos criativos da ideia à materialização, com a tinta no papel, de livros de artista, zines e outras produções gráficas.
Experiência Virtual
O festival estrearia em julho de 2020 como encontro presencial de três dias em Belo Horizonte. Com os impactos gerados pela pandemia do novo coronavírus, a organização se deparou com o desafio de realizar o encontro de maneira segura para participantes, público e equipe, desenvolvendo esta edição como uma Experiência Virtual.
⇒ Acesse convidados e programação aqui.