Publicações Experimentais?
Fotos de “This is a Book”. Fonte: Japanese Avant-Garde Books.
Publicações Independentes X Publicações Experimentais
Internacionalmente denominadas, para nomear eventos, como art books e nacionalmente chamadas frequentemente de publicações independentes, a Faísca propõe a classificação “Publicações Experimentais”. Afinal, independente do quê? Ao invés de o critério ser a maneira com que o livro foi feito, ou seja, considerar somente se foi realizado de forma autônoma, a ideia é usar uma definição que possa caracterizar tanto o processo como o objeto que dele resulta, destacando obras de Artes Visuais.
Quando se nomeia uma publicação como “independente”, isso não significa que o livro não seja tradicional. Nesse caso, a denominação pode deixar de lado a inovação, a experimentação e a importância das publicações escolhidas como foco, que são espaços fundamentais de liberdade criativa e de representação de vozes plurais, muitas vezes marginalizadas. As publicações experimentais, então, aqui são tomadas não somente como espaço artístico, mas para a expressão, documentação e disseminação de ideias que não teriam outros espaços ou que não são encontradas no mainstream.
Dessa forma, a proposta prioriza o pensamento das possibilidades de um livro como obra de arte, como no caso dos livros de artista, e/ou expressão contemporânea. Essas obras podem deslocar a experiência de uma galeria de arte para a apreciação e manuseio a partir de objetos replicáveis.
Os zines são veículos importantes para a expressão de vozes sub-representadas, para ideias inovadoras e para reflexões cruciais sobre as identidades na contemporaneidade. Também são importantes portas de entrada no mercado.
A experimentação que pauta a linha curatorial da Faísca, então, é tomada pelo projeto não só como forma de reinvenção constante para o campo, mas de sobrevivência de um nicho que não é guiado por lógicas do grande mercado, abrangendo agentes pouco contemplados pelo mercado editorial.